segunda-feira, 5 de abril de 2010

iPad: pontos fortes e fracos









Desde que foi anunciado, há pouco mais de dois meses, o iPad vem sendo assunto de destaque no mundo da tecnologia. O aparelho começou a ser vendido no sábado (03/04) somente nos Estados Unidos e o primeiro dia de vendas foi marcado por longas filas em diversas lojas.

O iPad não é perfeito, mas tem o mérito de chegar na frente e inaugurar a categoria dos tablets, as pranchetas eletrônicas. E faz isso em grande estilo, com uma interface muito intuitiva vinda do iPhone e uma tela que dá show ao exibir fotos e vídeos.

A tela sensível ao toque de 9,7 polegadas é o destaque do iPad. A resposta aos gestos é tão natural e rápida que a interface do aparelho praticamente desaparece em pouco tempo de uso. Em vez de se preocupar em acessar menus e ícones, o usuário lida apenas com o aplicativo à sua frente e se esquece do resto.

Como também ocorre no iPhone, o iPad suporta uma série de gestos naturais para executar ações. Entre eles está o gesto da pinça, conhecido como “pinch to zoom”, que aumenta e diminui os objetos de acordo com o movimento dos dedos.

Uma aplicação muito bacana desse recurso é no aplicativo de fotos. É possível vê-las não somente em forma de lista, mas também como uma pilha de imagens. Ao fazer o gesto de pinça, a pilha se desfaz e as fotos são espalhadas pela tela do aparelho.

A boa qualidade da tela vem a calhar na hora de digitar no teclado virtual. As teclas são bem espaçadas e respondem bem à pressão dos dedos. A única falha do teclado, pelo menos para usuários brasileiros, é que não há acentos ou cedilha.

O iPad usa o browser Safari para navegar na web. É o mesmo navegador usado no iPhone, mas no tablet a navegação é mais rápida, graças em parte ao processador mais poderoso. O iPad usa o um chip de 1 GHz, enquanto o iPhone 3GS tem um processador de 600 MHz. Um detalhe bacana na navegação é a possibilidade de dar zoom em uma determinada área com dois toques seguidos na tela.

A falta de suporte à tecnologia Flash, muito usada para transmitir vídeos e em sites de webgames, é um incômodo na hora de acessar a web. Essa falha está sendo contornada em parte pelos próprios sites, que vêm criando versões sem Flash específicas para o iPad.

O YouTube é um dos que seguiram esse caminho. Ele pode ser acessado por meio de um aplicativo próprio na tecnologia HTML5, dispensando o navegador. The New York Times e CNN são outros sites que já possuem versões específicas para iPad.

A tela grande e nítida do iPad se sai bem ao exibir vídeos e fotos. O problema é como colocar os arquivos dentro do aparelho. Toda a transferência de conteúdo para o tablet é feita pelo software iTunes. Esse processo é muito conhecido por quem já vive no “mundo Apple”, mas pode desagradar àqueles que preferem simplesmente copiar uma pasta e jogá-la no destino desejado.

O iPad não tem entrada USB ou para cartões de fotos. Isso significa que, nativamente, só dá para transferir conteúdo por meio de uma conexão sem fio. Para encaixar um cartão de fotos ou qualquer outro periférico é necessário adquirir um adaptador ou comprar um acessório compatível com iPad. No momento, a Apple comercializa um teclado físico, que é encaixado na parte de baixo do tablet, e um kit para conexão de câmeras fotográficas.

A tela do iPad tem tecnologia IPS (In Plane Switching), que proporciona boa legibilidade mesmo com o aparelho um pouco inclinado. As cores são uma vantagem em relação a leitores preto-e-branco como Kindle, principalmente no caso de revistas e quadrinhos. Mas a leitura sob luz direta é um pouco incômoda, devido ao reflexo da tela. Um botão do lado direito do aparelho trava o iPad em modo Retrato ou Paisagem. Assim, é possível mexer o aparelho à vontade sem que o livro mude de posição na tela.

A loja de livros do iPad funciona apenas nos Estados Unidos e, por enquanto, não traz grande variedade de títulos. Em média, os preços são mais altos do que os livros da loja do Kindle (US$ 15, contra US$ 10 da loja do e-reader). A boa notícia é que dá para acessar a loja do Kindle por meio do iPad. Gratuito, o aplicativo do Kindle é menos sofisticado do que o iBook, leitor de livros nativo do iPad, mas funciona sem problemas.

Como roda o mesmo sistema operacional do iPhone, o iPad já nasce com mais de 140 mil aplicativos em sua loja. Os programas feitos originalmente para iPhone rodam no centro da tela, mas é possível expandi-los para o modo de tela cheia. Nesse caso, porém, a resolução da imagem não é tão boa.

De modo geral, os aplicativos que mais tiram proveito da tela maior do iPad são os games. Como o chip do iPad é mais rápido do que o do iPhone, jogos que engasgam no smartphone rodam tranquilamente na prancheta.

Entre os pontos fracos do aparelho estão a falta de uma webcam, a ausência de suporte a Flash e de uma porta USB. Existem rumores de que uma futura versão do iPad, que chegaria às lojas até o fim deste ano, viria equipada com uma câmera.

Outra falha do aparelho é a limitação de rodar apenas um aplicativo de cada vez, com algumas exceções (tocador de música, por exemplo). Alguns sites especializados em Apple divulgaram recentemente que uma atualização do sistema operacional do iPHone e do iPad, prevista para os próximos meses, corrigiria esse problema. Mas essa informação ainda não foi confirmada pela Apple.

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