segunda-feira, 15 de junho de 2009

Palm Pre já é modificado por hackers três dias após lançamento

O Palm Pre, smartphone da Palm visto como um “iPhone killer”, chegou às lojas há pouco mais de uma semana nos EUA e já vem atraindo a atenção dos hackers e “homebrewers”. Eles estão interessados em descobrir não só os detalhes de como o aparelho funciona, mas também querem desenvolver aplicativos para ele, mesmo diante da indisponibilidade, até o momento, do kit de desenvolvimento oficial prometido pela Palm, batizado de “Mojo SDK”

Os segredos do Pre começaram a se abrir no dia 9 de junho, três dias após o lançamento oficial, quando uma cópia do sistema operacional foi encontrada escondida no site da Palm. Originalmente projetada para uso com uma ferramenta de recuperação para “zerar” aparelhos com problemas sérios de software, o arquivo foi prontamente esmiuçado por uma comunidade de entusiastas baseados no fóruns do site Pre Central.

Os tesouros começaram a aparecer rapidamente: arquivos de configuração que definem o comportamento de vários recursos do aparelho, referências a outros aparelhos da Palm ainda não anunciados com codinomes como “Castle” e “Zepfloyd” e comentários bem-humorados dos programadores em meio ao código, como “what the hell does this do?” (o que diabos isto faz?)

Pouco depois os desenvolvedores descobriram como habilitar o chamado “Dev Mode”, que possibilita a comunicação entre o Palm Pre e um micro rodando um kit de desenvolvimento. O procedimento mostra que alguém na Palm tem muito senso de humor: na tela inicial, abra o teclado e escreva “upupdowndownleftrightleftrightbastart”, ou seja, o famoso “código da Konami” (tinyurl.com/konamicode-w) por extenso. Depois, basta instalar alguns drivers (inclusos no pacote do sistema operacional) para ter acesso remoto ao aparelho, através de um terminal.

O sistema operacional do Palm Pre, batizado de webOS, é baseado em Linux, o que facilita muito o trabalho dos entusiastas. Não só a estrutura e as ferramentas disponíveis são familiares como é possível trazer novas ferramentas de outras distribuições Linux, desde que já tenham uma versão para o processador ARM usado no Pre. Entre elas, ferramentas de desenvolvimento, como compiladores e depuradores.

Logo, começaram a surgir os primeiros aplicativos: um dos primeiros programas significativos foi uma versão do FCEUltra, programa que emula o console NES e permitiria jogar games deste no Palm Pre. E, em homenagem ao código que abriu as portas do desenvolvimento, ele foi demonstrado rodando o jogo Contra, o primeiro a usar o “código da Konami”.

A movimentação dos hackers ao redor do Palm Pre lembra muito o que aconteceu com o iPhone pouco após seu lançamento. Desapontados com a falta de um kit de desenvolvimento oficial (SDK) fornecido pela Apple, eles decidiram criar seu próprio, e logo havia centenas de programas para o iPhone. Quando a Apple lançou sua SDK, muitos desenvolvedores já estavam familiarizados com o hardware e software do aparelho, o que acelerou o desenvolvimento de aplicativos “legítimos”.

Se quiser transformar o Pre em um sucesso, a Palm certamente precisa desta atenção: enquanto a AppStore da Apple foi lançada com 500 aplicativos, a versão da Palm conta com apenas 18.

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